Sônia Abrão nunca foi referência de nada para mim, ela simplesmente apresentava um programa ruim em uma emissora ruim. Mas hoje, ao saber (com atraso de no mínimo 4 dias) da “entrevista” feita de surpresa e por telefone à Lindemberg, seqüestrador que dispensa apresentações, eu me senti realmente envergonhada e passei a tê-la como uma desumana.
Será possível que os responsáveis por esse programa, “A tarde é sua”, não tiveram noção do mal que eles estavam fazendo às vítimas, já que com essa atitude irresponsável contribuíram para o nervosismo do seqüestrador? O “repórter” Luiz Guerra que fez a entrevista até mentiu para Lindemberg dizendo que era um amigo da família... Além disso, o tempo que eles ficaram conversando no telefone atrapalhou o contato do negociador com o rapaz! aaaa façam-me um favor, isso lá é jornalismo?? Eu não estou aprendendo isso na academia!
Apesar de ser o mais desprezível, infelizmente esse não foi um caso isolado de busca por audiência à custa da tragédia. Praticamente todas as emissoras transformaram o episódio em uma série que lhe renderia público. Isso me lembrou muito o caso da “menina Isabela” que se tornou um show, com a mídia tentando desvendar o crime e apontar o assassino. É sempre assim, os meios de comunicação sugam ao máximo um fato de grande repercussão até que simplesmente esquece, e ficam em busca de uma nova notícia que lhe tragam mais audiência. Este é um ciclo que se renova a cada acontecimento fora do comum.
PS.:É claro que com essa crítica eu não estou tirando a responsabilidade do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) que agiu de forma despreparada, muito menos do próprio seqüestrador que me fez, por um momento, desejar que a pena de morte fosse uma realidade no Brasil.
Quem tiver interesse de ver a entrevista é só acessar: http://br.youtube.com/watch?v=Y3oTNzkxUQE
2 comentários:
vc "tá" cada dia melhor.
que orgulhooo.
parabéns, Elisita!
bju.
Òtimo.
Elis, confesse que vc já fez jornalismo antes!
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